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Rua da Costanilha
Rua da Costanilha
Miranda do Douro - Portugal Saudosa rua da Costanilha Das quatro esquinas centrais Onde se reunia a *matilha Pra conversar dos demais Como nos arcos da praça Debaixo dos temporais. Tudo tinha sua graça Até mesmo, nos cabanais Outras vezes nas adegas Tomando uns copos de vinho Quando não, lá nas bodegas Com um naco de toucinho Eram de grande alegria As nossas conversações Quando terminava o dia Fazíamos nossos serões Caminhando até à terronha Ou até, atrás do castelo Numa conversa bisonha Nosso mundo era singelo Passeando nas muralhas Ou mesmo no adro da sé Ouvir o grasnar das gralhas Depois de tomar um café Passear pelas arribas Vendo o Douro sinuoso Entre alecrins e urtigas Corria o tempo ditoso Lá não existia maldade Éramos todos amigos Feliz, nossa mocidade Hoje, são tempos antigos Não havia televisão Internet, nem pensar Mas não nos faltava o pão Nem estórias pra contar Era o rádio o portador Das notícias populares Um telefone ao dispor De manivela singular No dia da consoada Saíamos igual mateiros Cortar a lenha à machada Para acender a fogueira Os carros de bois chiando Sob o peso da carrada, A malta toda gritando Não tinha medo de nada Tempos que não voltam mais A vida era diferente Hoje internet e outros tais Tomam o tempo da gente A cidade era pacata Não havia desavenças Se alguma alma era ingrata Acertava as diferenças * fig. malta São Paulo, 17/09/2013 Armando A. C. Garcia Visite meu blog: brisadapoesia.blogspot.com |
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