Cinzas do passado !
Cinzas do passado !
No silêncio da saudade
Acredite, ouço sua voz
Quando o luar, a terra invade
Diviso sua sombra, na foz !
E, quando triste passeio
Taciturno, melancólico
Vou espairecer no seio
Do meu recanto bucólico
Certas noites te procuro,
Fitando as estrelas do céu
Sob o manto azul-escuro
Está, teu destino e o meu
O céu não quis nos unir
No passado e no futuro
São saudades a carpir
Neste orbe, obscuro
Nesta mata de enganos
Em que sonhos flutuam
Nos recônditos *arcanos
Que na alma perpetuam
Longo mar, longa distância
Tua imagem carinhosa
Não teve a mesma coerência
Que fez de ti, a mais ditosa
Jamais tirei da lembrança
A moldura do teu rosto
Mas o fiel da balança
Pendeu-se no contraposto
Neste longo corredor
Que a vida nos aflora
A paixão é uma dor
Que nem a morte a devora
*segredo; mistério
Porangaba, 26/07/2014 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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