Fez da casa o baluarte
Fez da casa o baluarte
Há um silêncio profundo
Desde a criação do mundo
O homem com sua arte
Fez da casa o baluarte
Nas cavernas a primeira.
De pau a pique e esteira
Foi arquitetando melhor
Até chegar ao promissor
Sua força sempre usou
Nunca nada lhe faltou
Na senda desse progresso
Alcançou o seu sucesso
Com suas mãos e labor
Intelectual, ou servidor
Reformulando conceitos
Sem perenizar defeitos
Na obra do Criador
Foi pedreiro, agricultor
Conquistador e guerreiro,
Alfaiate, sapateiro
Amante da liberdade
Defensor da integridade.
Desde o início foi assim
Lutou por séculos sem fim
Foi escravizado e liberto
Retrocedeu, não foi certo
Dezoito séculos atrás
Da era que hoje estás
Hamurabi, o rei sábio
De sua boca e seu lábio
Com uma visão apurada
À humanidade devotada
Criou as lei de justiça
Que até hoje, a cobiça
Não as deixa aplicar
No contexto de *acoimar
Aquele tempo, vejam só
Nem Josué em Jericó
Mediante poder Divino
Ao Ser, deu maior destino
O tempo foi-se passando
O homem se aprimorando
Quase tudo evoluiu
Vejo, que a lei, regrediu
Esse rei era tão sábio
Criou com seu alfarrábio
Duzentos e oitenta artigos
Pra punir os inimigos
Da paz e da harmonia
Pra manter a calmaria
De seu reino, de seu povo,
Jogando os ruins no covo
Hoje, tal não acontece
Sofre o povo, se aborrece
O inimigo dá risada
Goza da lei, dá porrada
O povo é crucificado
Morto na rua, no prado
Mata, as vezes que quiser
Nada vai lhe acontecer
Essa lei, que hoje aí está
É mais digna de satã
Que do seu adversário
Mesmo que seja falsário
É situação desonrosa
No bom sentido da prosa
Tropeços, sobre tropeços
Inflação, altos preços
Gente que luta e labuta
Que não vive mais na gruta
Mas que tem de se esconder
Sem lei, para a defender
Construiu prédios e casas,
Voou, como tendo asas
Foi à lua, vai a marte
Vai enfim, a toda parte
Percorrendo o infinito
É tudo muito esquisito
Se não tem dentro de si
Vero amor, só frenesi
Com muita dificuldade.
Muita força de vontade
Vai superando os agrores
Esperando dias melhores
Enquanto estes não chegam
Os bons a Deus se achegam
Como pobres inocentes,
E até parecem doentes
Que o mal não sabem extirpar
Deixando-o campear
No seio da sociedade
Ferem nossa liberdade
Até quando minha gente
Teremos na nossa frente
Um governo desastroso
Que não prende o criminoso
E ainda lhe dá perdão
Saídas com permissão
E o pobre, o que labuta
Vive, igual a prostituta.
* castigar; punir
São Paulo, 25/10/2013
Armando A. C. Garcia
Visite meu blog:
brisadapoesia.blogspot.com
Algumas das leis do Código de Hamurabi:
- Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então aquele que enganou deverá ser condenado à morte.
- Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e também aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.
- Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado à morte.
- Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenado à morte na parte da frente do local do arrombamento e ser enterrado.
- Se uma pessoa deixar entrar água, e esta alagar as plantações do vizinho, ele deverá pagar 10 gur de cereais por cada 10 gan de terra.
- Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher não será considerada esposa deste homem.
- Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho quando crescer não poderá ser reclamado por outra pessoa.
|